GADO BARROSÃO EM REPORTAGEM DA TVI

05-04-2014 22:48

Foi no solar da raça barrosã que uma equipa de reportagem da TVI realizou um trabalho de divulgação do gado barrosão enquanto raça autóctone. Imagens que ilustram a importância de um dos mais notáveis emblemas do concelho. Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, promete mais apoios a ponto de afirmar que está a estudar uma forma de subsidiar os «vitelinhos barrosões dando a cada um 50 ou 60 euros».


Marca identitária da região, que chegou a correr riscos de extinção, a raça barrosã é hoje um emblema do concelho de Montalegre que apresenta cara revigorada, «graças ao trabalho da Associação dos Criadores de Gado da Raça Barrosã, sediada em Salto, e ao empenho do secretário técnico do livro geneaológico, José Leite», faz questão de ressalvar Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre. O pretexto destas e outras declarações que aqui reproduzimos, está na vinda de uma equipa de reportagem da TVI que quis saber do impacto desta raça enquanto produto autóctone.

«FOI ESTA CARNE QUE DEU NOME A BARROSO»

Orlando Alves declarou que foi através da carne barrosã que a região pulou para patamares de curiosidade pública: «foi esta carne que deu nome a Barroso e ainda hoje faz concentrar na região a qualidade das carnes que daqui exportamos». É por isso, adianta o presidente da Câmara, que o município, no próximo mês de Julho, «vai realizar, em Salto, pela primeira vez, uma semana dedicada ao gado barrosão onde iremos fazer um grande festival de degustação do barrosão que será aberto a toda a comunidade». Esta aposta, reforça Orlando Alves, «é o contributo da Câmara de Montalegre para impor esta carne no mercado e que, recorde-se, tem denominação de origem protegida (DOP)». O edil acredita que a vertente comercial «irá aumentar».

 

CÂMARA PENSA SUBSIDIAR VITELOS BARROSÕES

Consciente que os apoios dados aos produtores de raça barrosã são «exatamente os mesmos» que são dados a outras raças, o líder do município reconhece que «são prejudicados» porque estamos perante «uma raça de crescimento lento enquanto as demais são de crescimento rápido». No momento, a autarquia está a financiar a sanidade animal na sua totalidade. Porém, é intenção do executivo de Montalegre ir mais longe: «não está posta de parte uma ideia, que já transporto há muito tempo, de subsidiar os nascimentos dos vitelinhos barrosões dando a cada um 50 ou 60 euros». Uma verba que não irá onerar os cofres da Câmara e que será um alento para os produtores que ainda resistem a tantas contrariedades.

Entusiasmado, Orlando Alves lembra a campanha de promoção recente da posta barrosã ao mesmo tempo que aproveita para não poupar elogios a este produto: «o gado barrosão é uma espécie de monumento ambulante que identifica toda a região de Barroso». Este gado, reforça, «é conhecido pela qualidade da sua carne, carne que era exportada, no século XVIII, para o corte de Inglaterra. Isto honra-nos muito». No mesmo tom, sublinha: «estamos a falar de uma carne também conhecida pela envergadura dos seus cornos, hastes em lira no dizer do escritor Bento da Cruz...pelo seu porte atlético, pela sua beleza, candura e olhar dócil».

 CHEGAS DE BOIS

 «Os bois de raça barrosã, graças à envergadura dos cornos, são os que dão toda a atratividade a uma chega de bois», conta Orlando Alves. Desporto por excelência dos barrosões, «as chegas de bois são daqui originárias, nasceram com o gado barrosão», explica o autarca para de seguida rematar: «os bons apreciadores das chegas são naturalmente seduzidos pelo toque da cornadura, aquela sonoridade do encaixe dos cornos numa luta feroz de animais que chegam a pesar mil quilos».

(Texto C. M. Montalegre)