NOTICIAS DO CONCELHO 

Edição de Abril 2024 do Planalto Barrosão 

A HISTÓRIA DE UMA REGIÃO QUE NÃO ACABA AQUI 

Por estas terras, habitaram Lusitanos, Celtas, Visigodos, Suevos e Romanos, que deixaram um importante património arqueológico, tendo sido posteriormente uma terra importante na Idade Média, dado a sua localização estratégica.

Talvez pelo seu passado - a que porventura não serão alheias razões históricas -, para os barrosões, são indiferentes estas divisões e classificações. Sejam do “baixo” ou do “alto”, todos são de Barroso, e quanto ao resto, fale-se de politica, de agricultura, de bruxas, de bois ou de vacas, nada os fáz mudar de opinião.

Mas porque a “estória” não acaba aqui, é justo que se diga também, que além de Boticas e Montalegre, as terras de Barroso ainda cobrem a freguesia de Soutelinho da Raia, no concelho de Chaves, bem como algumas freguesias dos concelhos de Vieira do Minho e de Cabeceiras de Basto.

Esta identidade geográfica barrosã, actualmente apenas histórica em função da Reforma Administrativa operada a partir de 1836, tem porém uma grande tradição autonómica regional: corresponde à antiga terra de Barroso, dotada de foral em 1273 por D. Sancho II, aí se incluindo o actual concelho de Montalegre e de Boticas, mas também o antigo concelho minhoto de Vilar de Vacas - do qual faziam parte as terras de Arco, Botica, Espindo, Frades, Paradinha, Ponte, Quintã, Roca, Soutelos, Santa Leocádia, Vale, Vila e Zebral - localidade hoje designada por Ruivães, uma freguesia situada na margem esquerda do rio Rabagão, nas fraldas da Serra da Cabreira, parte do concelho de Vieira do Minho.

Como todas as regiões, também a “região natural barrosã” tinha e tem ainda nos dias que correm, tradições, características, psicologias próprias e hábitos ancestrais, herdados e transmitidos tantas vezes de viva voz, através das sucessivas gerações. Desde as terras flavienses de Soutelinho da Raia, até à minhota Ermida, fronteiriça a Fafião, passando por terras de Ruivães até à região de Basto, muito próxima da vila montalegrense de Salto, o modus vivendi deste povo tradicional e em muitos casos ainda comunitário, depara-se-nos com uma cultura secular, um «falar» próprio e uma sabedoria que se arrasta desde tempos imemoriais que urge preservar, reavivar e transmitir às gerações vindouras. Uma singularidade de usos e costumes, de crenças, de superstições, de certos rituais, e de um “falar local” que dentro da própria região, incluindo o léxico, mesmo variando de aldeia para aldeia, de concelho para concelho, não pode ser apagado da memória barrosã. Entre outros, os hábitos ancestrais de vida comunitária agro-pastoril, o folclore, os romances medievais, os provérbios do povo sábio, as cantigas de amigo e saudade e até a pronúncia a que já tive oportunidade de me referir, formam um conjunto de manifestações culturais, que devem ser preservadas e tomadas na devida conta.

Em termos económicos, Barroso foi sempre uma região pobre!... Como principais actividades, predominou em toda a sua vasta área e desde tempos longinquos, a agricultura de subsistência, realçando-se o cultivo da batata e do centeio, a criação de gado bovino de raça preferencialmente barrosã, ovino, caprino, suíno, e só mais recentemente, a construção civil, a pequena e média indústria, o comércio, os serviços e o turismo, começaram a dar os primeiros passos.

Os trabalhos árduos no campo, de sol a sol, com a ajuda dos animais, deixavam pouco tempo aos habitantes das aldeias para grandes folias, já que o lema do homem desta região sempre foi o de trabalhar para viver e viver para trabalhar. Porém, ao domingo, dia de ócio e de “ida à missa”, realizavam-se de modo recorrente e entusiasta, as tão apreciadas “chegas de bois”, que ontem como hoje, ainda que nos nossos dias com uma prática bem mais reduzida, constituíam uma forma de reunião e convívio entre os barrosões. Um povo trabalhador, humilde, unido, recto, bom anfitrião e leal às suas raízes culturais e que persiste em falar dos saberes e práticas ancestrais através dos tempos, suscitando mormente a curiosidade, o interesse e a atenção de estudiosos, jornalistas e escritores. Um povo também essencialmente crente e arreigado, que segue fielmente os costumes e as tradições herdadas,  estritamente católico e pioneiro na instituição do comunitarismo, hoje em vias de extinção, e que era visível nas fainas agrícolas, designadamente no arranque das batatas, carretos da lenhas, desfolhadas do milho, vindimas, malhadas, segadas do centeio e do feno, que de certo modo contribuiam para a manutenção do folclore local, bem como para a rega, conservação de caminhos, dos moinhos, das vezeiras, do forno, ponto de encontro entre os habitantes das aldeias, hoje  ultrapassado pelos cafés e também do “boi do pobo”, sinal particular e supremo de cada aldeia.

Definir a cultura barrosã, será um pouco como “olhar para a nossa alma, a nossa identidade, a nossa maneira de ser, de viver, de estar no mundo” e de dizer – nós somos Barrosões com muito orgulho. Este é pois o resultado de um processo histórico, é o povo Barrosão em movimento, são as nossas raízes e como se espera, que seja também o “passaporte válido para o futuro”.

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